Certa vez um estudante chegou ao professor e disse, "Muitas das suas lições falam das bênçãos que podem chegar porque partilhamos, mas não tenho nada para dar! Não tenho competências, por isso não tenho trabalho. Não tenho trabalho, por isso não tenho dinheiro."
O sábio disse ao estudante para ficar fora de um edifício próximo, e simplesmente dizer olá e cumprimentar cada passante um dia todo. À noite o estudante voltou, exclamando que não só tinha feito imensos amigos, mas miraculosamente, tinha conseguido um novo emprego. O gestor do edifício viu a gentileza, afectividade e generosidade do estudante para com os outros, e ofereceu-lhe um emprego como porteiro. A lição é que temos sempre algo para dar, mesmo que seja só um sorriso ou uma mãozinha.
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Um publicitário passava por um mendigo cego todos os dias de manhã e à noite e dava-lhe sempre alguns trocos. O cego trazia pendurado no pescoço um cartaz com a frase:
"Cego de Nascimento. Uma esmola por favor". Certa manhã, o publicitário teve uma ideia: virou o letreiro do cego ao contrário e escreveu outra frase. À noite, depois de um dia de trabalho, perguntou ao cego como é que tinha sido o seu dia. O cego respondeu, muito contente: - Até parece mentira, mas hoje foi um dia extraordinário. Todos que passavam por mim deixavam alguma coisa. Afinal, o que é que o senhor escreveu no letreiro??? O publicitário havia escrito uma frase breve, mas com sentido e carga emotiva suficientes para convencer os que passavam a deixarem algo para o cego. A frase era: "Em breve chegará a primavera e eu não poderei vê-la". A maioria das vezes não importa O Que diz, mas Como diz, por isso tenha cuidado na forma como fala com as pessoas, pois isso tem muito peso naquilo que quer dizer. Certa vez um rei teve de escolher entre duas pinturas, qual representava melhor a paz perfeita. A primeira era um lago muito tranquilo, este lago era um espelho perfeito onde se refletiam algumas plácidas montanhas que o rodeavam, sobre elas encontrava-se um céu muito azul com nuvens brancas. Todos os que olharam para esta pintura pensaram que ela refletia a paz perfeita.
Já a segunda pintura também tinha montanhas, mas eram escabrosas e não tinham uma só planta, o céu era escuro, tenebroso e dele saíam faíscas de raios e trovões. Tudo isto não era pacífico. Mas, quando o rei observou mais atentamente, reparou que atrás de uma cascata havia um pequeno galho saindo de uma fenda na rocha. Neste galho encontrava-se um ninho. Ali, no meio do ruído da violenta camada de água, estava um passarinho calmamente sentado no seu ninho. Paz Perfeita. O rei escolheu a segunda pintura e explicou: "Paz não significa estar num lugar sem ruídos, sem problemas Ou sem dor. Paz significa que, apesar de se estar no meio de tudo isso, permanecemos calmos e tranquilos no nosso coração. Este é o verdadeiro significado da paz." Perto de Tóquio vivia um grande samurai idoso que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar da sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido pela sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que o seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar a sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras na sua direção, cuspiu no seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive os seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo facto de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como é que o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou a sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de se mostrar covarde diante de todos nós? - Se alguém chega com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? - A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos. - O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceites, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não lhe podem tirar a calma, só se você permitir... Era uma vez um grande quintal onde reinava um poderoso galo. Orgulhoso da sua função, nada acontecia sem que ele soubesse. Com a sua força e coragem, enfrentava qualquer perigo. Era orgulhoso das suas armas poderosas, da beleza colorida das suas penas, do seu canto.
Todas as manhãs acordava pelo clarão do horizonte, e bastava que cantasse duas vezes para que o sol se elevasse ao céu. “O sol nasce pela força do meu canto” – dizia. “Eu pertenço à linhagem dos levantadores do sol. Antes de mim, era o meu pai; antes do meu pai, era o meu avô!” Um dia, uma jovem galinha, de beleza esplendorosa, veio morar no seu reino e o galo apaixonou-se. A paixão correspondida culminou numa noite calorosa de amor. Já de madrugada, veio o sono. Dormiu profundamente. As primeiras luzes do horizonte não o acordaram como de costume. Para lá do meio-dia, abriu os olhos e viu um dia azul, de céu brilhante e assustou-se. “Então não sou eu quem levanta o sol?” – Comentou desolado consigo. E caiu numa profunda depressão. O reconhecimento de que nada tinha mudado no galinheiro enquanto dormia trouxe-lhe um sentimento de inutilidade e questionar a sua própria competência. “O que vão pensar de mim?” – Murmurou para si mesmo. O medo gelou-lhe os ossos. Pensou em pedir ajuda aos céus e rezou baixinho, a chorar. Talvez tenha sido esse momento de humildade, único na sua vida, que o tenha ajudado a lembrar que, numa árvore, lá no fundo do galinheiro, ficava todo o dia empoleirado um velho galo filósofo que costumava dar orientações úteis e sábias a quem o procurasse. A convite, o galo angustiado empoleirou-se ao lado do filósofo e contou-lhe a história. O sábio ouviu cada detalhe com paciência. Depois, disse: – Antes, quando tu achavas que o sol se levantava pelo poder do teu canto, estavas enganado. Para definir o teu problema com precisão, tu tinhas o que pode ser chamado de “ilusão de onipotência”. Então, com a magia do amor, descobriste o teu próprio engano, e até aí estarias ótimo, porque nenhuma vantagem existe em estar tão iludido. Entretanto, agora, tu pensas que não tens nenhum valor, o que é, de certa forma, compreensível, já que baseaste a vida nisso. Contudo, estás apenas a trocar uma ilusão por outra. O que era chamado de “ilusão de onipotência”, agora pode ser chamado de “ilusão de incompetência”. Aos meus olhos, nada mudou. Tu eras e continuarás a ser um galo normal, cumpridor da tua função de gerir o galinheiro. Pensa bem: uma ilusão não pode ser substituída por outra. O caminho não está nas nuvens nem no fundo do poço, mas na realidade. O nosso herói desceu da árvore para a vida comum do galinheiro. No dia seguinte, aos primeiros raios da manhã, cantou para anunciar o sol nascente. E tudo continuou como era antes. Certa vez, um velho índio, descreveu assim os seus conflitos internos:
"Existem dentro de mim dois lobos, um deles é cruel e mau, e o outro é muito dócil e bom. Eles estão sempre a lutar." Então perguntaram-lhe qual dos cães ganharia a luta. O sábio índio parou, reflectiu e respondeu: "Aquele que eu alimentar." Há muito, muito tempo, o Criador quis esconder algo dos seres humanos até que estivessem prontos para o ver. Reuniu-se com todos os outras criaturas para lhes pedir conselhos.
A águia disse: " Dá-mo a mim e eu levá-lo-ei para a montanha mais alta." mas o Criador respondeu. "Não um dia eles conquistarão a montanha e encontram-no." O salmão disse: "Deixa-o comigo e escondê-lo-ei no fundo do mar." Mas o criador respondeu. "Não, porque os humanos são exploradores por natureza, e um dia chegarão lá também." O búfalo disse: "Leve-o eu e enterro-o no coração das grandes planícies." mas o Criador respondeu: "Não, porque um dia até a pele da Terra será rasgada e vão encontrá-lo." As criaturas ficaram sem saber o que dizer, mas de súbito uma velha toupeira cega abriu a boca. " Porque é que não o colas dentro deles - é o último sitio onde vão procurar." O Criador respondeu: "Dito e feito." Um homem andava pelo mato à volta de sua casa, um dia encontrou uma raposa esfomeada que parecia estar às portas da morte. Porque era um homem generoso, pensou em trazer-lhe alguma comida, mas antes que pudesse voltar a sua casa, ouviu um medonho rugido e escondeu-se atrás de uma árvores. Em segundos, apareceu um leão da montanha, arrastando a carcaça de uma presa acabada de apanhar. O leão comeu o seu recheio e depois foi-se embora, deixando os restos à grata raposa.
O homem estava rendido com este exemplo de um universo abundante e benevolente e decidiu que não iria regressar a sua casa ou ao seu emprego. Em vez de trabalhar arduamente para se sustentar, ele seguiu o exemplo da raposa e permitiria ao universo que o sustentasse. Escusado será dizer, a raposa foi-se embora e, há medida que os dias se tornaram em semanas, o próprio homem estava esfomeado e ás portas da morte. Apesar dos seus melhores esforços para manter a sua fé, começava a ficar desesperado. Num raro momento de tranquilidade interior, ele ouviu a calma e pequena voz da sua sabedoria: "Porque procuraste imitar a raposa em vez do leão?" Com isto, o homem regressou a casa e comeu os seus mantimentos. |
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