A dor da alma

Confundimos dor com tristeza, angústia com sofrimento, apatia com conformismo. Querem fazer-nos acreditar que a vida é um anúncio de televisão cheio de coisas felizes e momentos maravilhosos…e que os hà…hà, mas a noite precede o dia e o dia também precede a noite.

Por isso em todo o lado de sombra, existe a possibilidade de luz.

Debatemos-nos hoje em dia com o rótulo da palavra depressão. A qualquer sinal de dificuldade, desafio ou contratempo, corremos o risco de confundir um estado de apenas tristeza com depressão.

A depressão existe, e não é apenas tristeza ou descontentamento com algo. A depressão é a ausência sentida de uma alma presente. É a dor que aperta o coração sem motivo ou razão aparente. É a ausência de vontade vital, de querer viver a oportunidade de estar vivo.

Desenganem-se aqueles que acreditam que quem se encontra em depressão é preguiçoso ou carente. Que tem uma personalidade mais negativa ou que simplesmente não quer encarar a realidade da vida.

A dor profunda da solidão de um Ser, que de alguma forma, deixou de estar ligado à fonte de luz e de amor que habita dentro dele. Um órfão abandonado à sorte de uma vida que o resgate da solidão profunda, de uma alma que se perdeu de si mesma.

​É preciso fazer o resgate dessa alma. Puxar da rede que nos suporta como valentes pescadores pescam a vida ao puxar as redes. Voltar ao alimento da alma. Sentindo a fé, num Ser que nunca esquece a verdadeira essência e através do amor, recuperar todas as partes que um dia se quebraram.

​Maria Melo - Life Coach e Professora de Meditação

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