A Sexologia Clínica é praticada geralmente por alguns psiquiatras e psicólogos com especialização em sexologia clínica (por vezes chamados sexólogos) e visa uma intervenção nas problemáticas relacionadas com a vivência da sexualidade. A Organização Mundial de Saúde estabelece a saúde sexual como um Direito e considera a satisfação sexual como sendo de grande importância para o Bem-estar geral. Nestas consultas podem ser abordadas temáticas tão variadas como a identidade de género, os inúmeros problemas relacionados com a sexualidade e com comportamentos sexuais, a orientação sexual e as disfunções sexuais. A sexualidade de cada um é algo que ao próprio diz respeito e, como tal, cabe a cada um zelar pela sua saúde, satisfação e bem-estar sexual. Uma vez em interação com outros, deve ser respeitada a livre escolha, a saúde física e psicológica, a satisfação e o bem-estar dos outros. A consulta de sexologia pode ser individual e abordar as questões que cada pessoa julga serem importantes para si, e/ou para o seu bem-estar com os/as parceiros/as. Pode também ser feita com os parceiros envolvidos na relação sexual. Não se esqueça que um bom entendimento sexual torna os relacionamentos mais gratificantes. Algumas das queixas mais frequentes na consulta são: No Homem – Ausência ou dificuldade na ereção ou na sua manutenção; ejaculação precoce. Na Mulher - Baixo desejo sexual; dificuldade em atingir o orgasmo; dor na penetração. Estas e muitas outras queixas sexuais podem ter inúmeras causas, algumas orgânicas ou causadas pelo efeito de medicação tomada para outras patologias, outras podem ser psicológicas, neste caso, na maior parte das vezes relacionadas com questões emocionais, crenças, fatores educacionais e/ou ambientais. Por vezes as causas são apenas de origem psicológica, outras vezes, há causas orgânicas, que por sua vez podem originar problemas psicológicos, pelo que ambas estão presentes. Recomenda-se por isso consulta médica para exclusão, ou não, de causas orgânicas. Os órgãos genitais e os órgãos dos sentidos são fundamentais, necessitam de estar minimamente funcionais e de aprendizagem e treino, mas os nossos pensamentos, crenças e emoções influenciam o nosso bem-estar, nomeadamente o bem-estar sexual. Por isso as sessões decorrem através de conversas sobre as mais variadas questões relacionadas com a queixa, a sua história e o impacto na vida da pessoa (ou dos intervenientes na relação). Estas questões permitem avaliar e simultaneamente intervir, esclarecendo, desafiando e sugerindo tarefas que serão feitas posteriormente num espaço e tempo preferenciais. Cristina Marreiros da Cunha - Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Se gostou deste artigo faça gosto e partilhe, faça a diferença na vida de alguém.
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A terapia de Casal é uma forma de intervenção psicológica que tem a relação de casal como foco do processo terapêutico. A terapia centra-se não só, nas emoções, pensamentos e nas respostas afetivas de cada membro do casal, como também no padrão de interações que ocorre entre os dois. De acordo com uma conceptualização sistémica, pode assumir-se que um problema que ocorre na relação é devido à combinação das respostas intra e interpessoais dos membros do casal e aos padrões de comunicação que se instalam. Também se sabe que as emoções, pensamentos e crenças de cada membro do casal acerca de si e da sua relação estão associadas aos níveis atuais e futurosde harmonia ou desarmonia na relação. A interação do casal está também associada aos padrões relacionais precoces, de cada um dos seus membros, por outras palavras, com o tipo de vinculação que cada um estabeleceu com os seus pais (ou cuidadores) na família de origem. Qualquer dos membros do casal pode sentir mais ou menos vontade de marcar uma consulta; esse desejo deve então ser discutido com o parceiro no sentido de perceberem porque surge essa necessidade e se ambos estão dispostos a ir às sessões de terapia. No caso de um dos membros não querer, ou achar desnecessário, o outro membro pode sempre marcar consulta individual para abordar o tema da relação. Poderá ser então um processo individual (e não de casal) que inevitavelmente conduzirá a algumas mudanças. A terapia de casal pode conduzir a uma união mais gratificante e sólida ou a uma separação, isso nunca dependerá do psicoterapeuta, mas sim do evoluir do processo, do crescimento e consciencialização de ambos e da vontade de cada um. E, como se sabe,quando um não quer, dois não dançam. Mesmo nos casos em que a separação é o fim, a terapia de casal ajuda a que este seja mais sereno e envolva menos sofrimento, assim como contribui para o estabelecimento duma relação parental saudável, o que é essencial quando há filhos da relação. Contribui também para que futuras relações corram melhor. Na primeira sessão o terapeuta guia o casal na avaliação dos aspetos que cada um aponta como estando na origem do mal-estar atual e são identificadas estratégias que o casal utiliza para lidar com os problemas. Pode haver um momento de avaliação individual para cada um, mas nem sempre. A terapia prossegue em sessões conjuntas, embora, nalguns casos, possa haver algumas sessões individuais para ambos. Seja qual for o caso, e o seu desfecho, a terapia de casal conduzirá sempre a uma escolha mais livre e mais consciente, a um crescimento individual e a mudanças nos padrões relacionais. Cristina Marreiros da Cunha - Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Se gostou deste artigo faça gosto e partilhe, faça a diferença na vida de alguém. A realização de estudos sobre a violência no namoro tem enfrentado diversas dificuldades, nomeadamente, a definição do constructo violência no namoro, a dificuldade de chegar às vítimas e aos perpetradores e a escassa produção académica sobre o tema. Resultados de diversos estudos indicam que muitos adolescentes têm crenças tradicionais sobre os papéis de género masculino e feminino nas relações, o que constitui um fator de risco para o envolvimento de relações com violência. Maioritariamente, os adolescentes iniciam as suas relações com expectativas de amor, amizade, sexo e felicidade. Porém na relação de namoro, o romantismo, a confiança, a cumplicidade, o carinho, a alegria são por vezes alternados e/ou substituídos pela desconfiança, o ciúme, o controlo, a tristeza, a dor e a violência. A violência no namoro constitui uma problemática atual e com relevância na literatura científica por se ter reconhecido que uma das grandes contradições humanas é o fato de as maiores e mais severas ofensas pessoais ocorrerem no contexto de supostas relações de amor, onde o grau de cumplicidade, dedicação e intimidade é elevado. A violência no namoro representa um problema relevante, não apenas devido à elevada prevalência e às consequências na saúde física e mental, mas também por ocorrer numa fase da vida caracterizada pelo início dos relacionamentos românticos e pela aprendizagem dos padrões inter-relacionais, os quais podem passar para a fase adulta. Iniciando-se sempre pela violência psicológica, a violência no namoro pode incluir agressão emocional, física e/ou sexual. Entende-se por este tipo de violência a que ocorre em contexto íntimo ou romântico numa relação entre adolescentes ou jovens adultos, podendo a mesma ocorrer desde a adolescência e prolongar-se até à idade adulta. Para Nascimento e Cordeiro (2011) a violência no namoro é entendida como qualquer ação ou ato, quer seja de natureza física, psicológica, verbal, moral ou mesmo de natureza simbólica, que cause morte, dano ou sofrimento ao outro. Diversos estudos realizados concluíram que os comportamentos perpetrados com maior incidência são comportamentos considerados como “formas menores de violência”, nomeadamente insultar, difamar ou fazer afirmações graves com a finalidade de humilhar ou ferir, gritar ou ameaçar a fim de provocar medo, partir ou danificar objetos intencionalmente e dar bofetadas. As formas de violência experienciadas durante um relacionamento íntimo ou de namoro, embora possam caracterizar-se por atos menos graves, não deixam de ter uma representação significativa relativamente à sua ocorrência (Gelles, 1997). Se estes comportamentos lhe são familiares, pense no que é melhor para si: uma relação saudável ou uma relação de dor? Referências Bibliográficas: -Gelles, R. J. (1997). Intimateviolence in families. Thousand Oaks: Sage. -Nascimento, F. S., & Cordeiro, R. L. M. (2011). Violência no namoro para jovens moradores de Recife. Psicologia & Sociedade, 23 (2), 516-525. Maria Farinha - Psicóloga Se gostou deste artigo faça gosto e partilhe, faça a diferença na vida de alguém. |
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