Quando sou apanhada num engarrafamento dou por mim a pensar como podem as pessoas tolerar viver assim, horas e horas no trânsito, para o trabalho, depois para casa. A verdade é que durante anos também eu tolerei a loucura diária das filas e a sensação de falta de poder para mudar a situação. Hoje que é um acontecimento raro na minha vida, pergunto-me como tolerei esses tantos anos e pergunto-me também, como pelo facto de hoje ser algo tão raro a minha tolerância em vez de ter aumentado, diminuiu significativamente. A verdade é que a ausência de algo que nos traz desconforto não nos torna mais toleráveis quando estamos em contacto com ela, pelo contrário. O espaço que criamos pela ausência de contacto acaba por ser preenchido com uma outra sensação. Ao sermos levados a contactar novamente com o antigo, ficamos ainda mais sensíveis, pois a nossa capacidade de tolerância desapareceu. Assim, parece que a tolerância anda de mão dada com o hábito, sejam bons ou menos bons. Talvez o segredo esteja em promovermos o contacto constante com o que nos traz saúde e bem estar e aos poucos eliminarmos os hábitos de coisas menos boas. Certamente quando estivermos novamente em contacto com elas, seremos bem mais intolerantes do que já fomos, simplesmente para não nos voltarmos a esquecer. Tolerem sim as coisas boas da vida e ganhem sensibilidade às menos boas, acredito que no fim o saldo vai ser bem mais positivo. Maria Melo - Life Coach e Professora de Meditação Se gostou deste artigo faça gosto e partilhe, faça a diferença na vida de alguém.
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