![]() A realização de estudos sobre a violência no namoro tem enfrentado diversas dificuldades, nomeadamente, a definição do constructo violência no namoro, a dificuldade de chegar às vítimas e aos perpetradores e a escassa produção académica sobre o tema. Resultados de diversos estudos indicam que muitos adolescentes têm crenças tradicionais sobre os papéis de género masculino e feminino nas relações, o que constitui um fator de risco para o envolvimento de relações com violência. Maioritariamente, os adolescentes iniciam as suas relações com expectativas de amor, amizade, sexo e felicidade. Porém na relação de namoro, o romantismo, a confiança, a cumplicidade, o carinho, a alegria são por vezes alternados e/ou substituídos pela desconfiança, o ciúme, o controlo, a tristeza, a dor e a violência. A violência no namoro constitui uma problemática atual e com relevância na literatura científica por se ter reconhecido que uma das grandes contradições humanas é o fato de as maiores e mais severas ofensas pessoais ocorrerem no contexto de supostas relações de amor, onde o grau de cumplicidade, dedicação e intimidade é elevado. A violência no namoro representa um problema relevante, não apenas devido à elevada prevalência e às consequências na saúde física e mental, mas também por ocorrer numa fase da vida caracterizada pelo início dos relacionamentos românticos e pela aprendizagem dos padrões inter-relacionais, os quais podem passar para a fase adulta. Iniciando-se sempre pela violência psicológica, a violência no namoro pode incluir agressão emocional, física e/ou sexual. Entende-se por este tipo de violência a que ocorre em contexto íntimo ou romântico numa relação entre adolescentes ou jovens adultos, podendo a mesma ocorrer desde a adolescência e prolongar-se até à idade adulta. Para Nascimento e Cordeiro (2011) a violência no namoro é entendida como qualquer ação ou ato, quer seja de natureza física, psicológica, verbal, moral ou mesmo de natureza simbólica, que cause morte, dano ou sofrimento ao outro. Diversos estudos realizados concluíram que os comportamentos perpetrados com maior incidência são comportamentos considerados como “formas menores de violência”, nomeadamente insultar, difamar ou fazer afirmações graves com a finalidade de humilhar ou ferir, gritar ou ameaçar a fim de provocar medo, partir ou danificar objetos intencionalmente e dar bofetadas. As formas de violência experienciadas durante um relacionamento íntimo ou de namoro, embora possam caracterizar-se por atos menos graves, não deixam de ter uma representação significativa relativamente à sua ocorrência (Gelles, 1997). Se estes comportamentos lhe são familiares, pense no que é melhor para si: uma relação saudável ou uma relação de dor? Referências Bibliográficas: -Gelles, R. J. (1997). Intimateviolence in families. Thousand Oaks: Sage. -Nascimento, F. S., & Cordeiro, R. L. M. (2011). Violência no namoro para jovens moradores de Recife. Psicologia & Sociedade, 23 (2), 516-525. Maria Farinha - Psicóloga Se gostou deste artigo faça gosto e partilhe, faça a diferença na vida de alguém.
0 Comments
Leave a Reply. |
AutorAkademia do Ser, o seu espaço para SER... Arquivos
Janeiro 2025
Categorias
Tudo
|