![]() Existem muitas definições de meditação bem como muitas ideias sobre meditação, algumas das quais completamente erróneas. Na realidade, o conceito de meditação só pode ser apreendido quando a experienciamos. A meditação é essencialmente um estado de consciência, ou melhor, uma série de estados de consciência ligados entre si e não existe apenas uma maneira correta de os atingir ou de trabalhar sobre eles, embora uma ou outra técnica possa convir melhor a determinada pessoa por ser mais apropriada às suas características. Nesse estado de consciência estamos completamente relaxados mas mantemo-nos como observadores (não nos podemos deixar envolver ou influenciar por pensamentos que nos façam resistir à meditação, mas também não podemos deixar-nos perder em sonhos o que pode ser uma forma de relaxamento mas não de meditação). Aquietamos o fluxo do pensamento que cria um tagarelar constante da mente e, desse modo, induzimos um estado de apaziguamento interior. Nesse estado de serenidade e paz, conseguimos reunir os aspetos fragmentados do nosso ser. É um estado em que não existe passado nem futuro. Em que todas as lembranças, todas as emoções, todas as preocupações, todas as fantasias do espírito desaparecem (ou tendem a desaparecer) dando lugar a uma calma profunda. Rompemos com as estruturas habituais de pensamento, e acedemos à simplicidade original. Porém, o ato de meditar não pode constituir-se numa fuga, numa recusa do mundo material/real. Para ser eficaz, a meditação exige que estejamos integrados na existência. Não estamos em estado meditativo quando nomeamos, procuramos definir, compreender, explicar o que sentimos, quer dizer, se procedemos a uma interpretação mental do que estamos a experienciar. Em termos práticos, podemos dizer que meditar é concentrar a atenção em uma única coisa, chamada âncora, que pode ser o ritmo da respiração, um mantra - que é uma palavra ou som - uma imagem, uma sensação corporal… Meditar é deixar de pensar? Não! Meditar é sermos capazes de afastar calmamente os pensamentos quando eles surgem (não lutar contra eles) e voltar a focar a atenção na âncora que escolhemos. Quando dominarmos este tipo de meditação passiva, estabilizadora, poderemos aprender outro tipo de meditação - aquela em que analisamos os nossos pensamentos, por mais incomodativos que sejam, de uma forma serena e tranquila, sem medo. Este segundo tipo de meditação permite-nos estar atentos a tudo o que nos vem à mente sem, contudo, nos identificarmos com o que possa surgir. A sua importância é proporcionar-nos a aceitação, a compreensão e a resolução de problemas que nos parecem inultrapassáveis quando nos encontramos no estado de consciência normal. Regina Faria - Professora de Meditação
1 Comment
Fernando Rodrigues
15/8/2013 09:22:47 pm
Excelente lição!
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