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Existem muitas definições de meditação bem como muitas ideias sobre meditação, algumas das quais completamente erróneas. Na realidade, o conceito de meditação só pode ser apreendido quando a experienciamos. A meditação é essencialmente um estado de consciência, ou melhor, uma série de estados de consciência ligados entre si e não existe apenas uma maneira correta de os atingir ou de trabalhar sobre eles, embora uma ou outra técnica possa convir melhor a determinada pessoa por ser mais apropriada às suas características. Nesse estado de consciência estamos completamente relaxados mas mantemo-nos como observadores (não nos podemos deixar envolver ou influenciar por pensamentos que nos façam resistir à meditação, mas também não podemos deixar-nos perder em sonhos o que pode ser uma forma de relaxamento mas não de meditação). Aquietamos o fluxo do pensamento que cria um tagarelar constante da mente e, desse modo, induzimos um estado de apaziguamento interior. Nesse estado de serenidade e paz, conseguimos reunir os aspetos fragmentados do nosso ser. É um estado em que não existe passado nem futuro. Em que todas as lembranças, todas as emoções, todas as preocupações, todas as fantasias do espírito desaparecem (ou tendem a desaparecer) dando lugar a uma calma profunda. Rompemos com as estruturas habituais de pensamento, e acedemos à simplicidade original. Porém, o ato de meditar não pode constituir-se numa fuga, numa recusa do mundo material/real. Para ser eficaz, a meditação exige que estejamos integrados na existência. Não estamos em estado meditativo quando nomeamos, procuramos definir, compreender, explicar o que sentimos, quer dizer, se procedemos a uma interpretação mental do que estamos a experienciar. Em termos práticos, podemos dizer que meditar é concentrar a atenção em uma única coisa, chamada âncora, que pode ser o ritmo da respiração, um mantra - que é uma palavra ou som - uma imagem, uma sensação corporal… Meditar é deixar de pensar? Não! Meditar é sermos capazes de afastar calmamente os pensamentos quando eles surgem (não lutar contra eles) e voltar a focar a atenção na âncora que escolhemos. Quando dominarmos este tipo de meditação passiva, estabilizadora, poderemos aprender outro tipo de meditação - aquela em que analisamos os nossos pensamentos, por mais incomodativos que sejam, de uma forma serena e tranquila, sem medo. Este segundo tipo de meditação permite-nos estar atentos a tudo o que nos vem à mente sem, contudo, nos identificarmos com o que possa surgir. A sua importância é proporcionar-nos a aceitação, a compreensão e a resolução de problemas que nos parecem inultrapassáveis quando nos encontramos no estado de consciência normal. Regina Faria - Professora de Meditação E se para se sentir melhor consigo mesmo basta-se apenas fechar os olhos, parar de pensar em si e concentrar-se apenas no momento presente. Bem-vindos ao mundo simples do poder da meditação. A ciência descobre a passos largos os benefícios da meditação, que vão além do simples relaxamento. Iniciada na Índia e difundida em toda a Ásia, a prática começou a se popularizar no ocidente com o guru Maharishi Mahesh Yogi, que nos anos 1960 convenceu os Beatles a atravessar o planeta para aprender a meditar. A verdade é que com a ajuda da ciência conseguimos hoje perceber porque é que a meditação funciona e os seus resultados surgem pela “mudança do funcionamento de alguma áreas do cérebro e isso influência o equilíbrio do organismo como um todo”, diz o psicólogo Michael Posner, da Universidade de Oregon. Apesar das variações nos métodos, o resultado final é o aumento da atividade do córtex cingulado anterior (área ligada à atenção e à concentração), do córtex pré-frontal (ligado à coordenação motora) e do hipocampo (que armazena a memória). Também estimula a amígdala, que regula as emoções e, quando acionada, acelera o funcionamento do hipotálamo, responsável pela sensação de relaxamento. Valerá a pena experimentar? Maria Melo - Life Coach e Professora de Meditação Se quer mudar alguma coisa na sua vida comece por fazer essa escolha. Um dia se assim o desejarmos podemos escolher mudar. Um dia se assim o desejarmos podemos escolher dar início ao processo que vai mudar a nossa vida. Agora podemos desejar fazê-lo imediatamente, ou na próxima semana, ou no próximo mês ou no próximo ano, uma coisa é certa a vida não vai parar à nossa espera. Podemos também criar a ilusão e fingir que fazemos, em vez de realizarmos efetivamente as mudanças necessárias para que a mudança surja nas nossas vidas. A grande maioria escolhe fingir que muda, porque mudar é desconfortável e mesmo que ficar na mesma também seja desconfortável acaba por ser um desconforto de que já é hábito e de que já se está acostumado, por isso escolhe-se ficar na mesma, vivendo a ilusão de que se está a fazer realmente alguma coisa para mudar. Se quisermos saber a verdade se realmente estamos iludidos ou se estamos a escolher realmente mudar, então temos que olhar para o exterior de nós e perceber se tudo está na mesma, ou se alguma coisa mudou, assumindo a responsabilidade do que se manifesta na nossa vida. Vendo a verdade, assumindo a verdade. Se não gosta de alguma coisa na sua vida, mude-a. Não somos árvores, podemos transformar cada área das nossas vidas. E tudo começa com o poder de escolher. Maria Melo - Life Coach Nos dias que correm parece não se saber mais a diferença entre o que é estar deprimido e o que é estar triste. Parece haver cada vez mais uma incapacidade, uma intolerância social à tristeza, sendo que sempre que alguém está triste recorre ao médico para que lhe prescreva antidepressivos. Mas afinal, o que é estar triste? Estar triste, é antes de mais uma condição natural a todos nós humanos bem como aos animais, digamos que é emoção básica que todos nós experimentamos. Esta condição pode resultar de várias situações, como a morte de alguém que nos é querido, ruturas de relação, quando não se consegue atingir determinado objetivo para o qual nos tínhamos proposto, quando somos mal tratados, quando não somos reconhecidos pelo nosso valor pessoal e profissional, quando nos alteram as férias e já tínhamos um destino marcado… Inúmeras situações poderiam ser aqui enunciadas. Devemos portanto ter consciência de que ficar-se triste é algo natural, que surge derivada de uma situação específica e que nada tem a ver com doença mental. Então e a depressão? O que é estar deprimido? A depressão é uma condição patológica, que se distingue da tristeza pelo facto de a pessoa não conseguir nomear uma razão que explique o atual sofrimento. É característico de quem está deprimido não conseguir sentir mais prazer em atividades que anteriormente considerava como prazerosas, ocorrer uma diminuição do desejo sexual, haver uma diminuição ou um aumento acentuado do apetite, sem energia para assumir as responsabilidades diárias, dificuldades em dormir durante a noite, um desejo enorme de passar os dias deitado sem qualquer luz. Estes são alguns dos comportamentos típicos de quem está deprimido, e os quais perduram no tempo. Nestas situações, será necessário haver um acompanhamento psicológico e/ou o recurso a antidepressivos. No entanto, os estudos científicos sobre a depressão apontam o acompanhamento psicológico como o meio mais eficaz para o tratamento da mesma. Luís Carlos Batista - Psicólogo Todas as emoções nos são úteis e devem ser vividas. Se há emoções com que ninguém parece ter preocupações, como é o caso da alegria, há outras que são olhadas com muita desconfiança, como é o caso da tristeza ou da zanga. À tristeza, nalgumas situações (morte de alguém próximo, divórcio), é concedida algum tempo para que seja vivida, tentando-se depois que ela desapareça rapidamente, (“tristezas não pagam dívidas”) pois muitos de nós não nos concedemos, nem a nós nem aos outros, o direito de estar triste, nem queremos viver a vulnerabilidade que representa “estar triste” porque “temos que ser fortes” e... produtivos. Nesta armadilha caiem muitos dos que depois acabam verdadeiramente deprimidos, perdendo o sentido da sua própria vida. Quanto à zanga, essa é vista ainda com piores olhos, como se fosse uma emoção maldita, ora ela afinal não é nem mais nem menos que as outras emoções, ou seja perfeitamente natural e saudável, acompanhada por transformações psicológicas e fisiológicas com objetivos específicos. Se a tristeza nos leva a chorar as perdas e o medo nos leva a agir no sentido de nos protegermos, a zanga dá-nos a informação de que há limites a ser ultrapassados e que teremos de tomar providências no sentido de repor justiça, é o que nos permite defender quando nos sentimos atacados, ou seja, tal como as outras emoções, tem uma tendência de resposta natural, adaptativa e essencial à sobrevivência. Quem não tem consciência das suas emoções ou as intelectualiza, não as pode utilizar como guia. Se ignorarmos a informação que as emoções nos dão, perdemos o contacto com uma parte de nós. Dado que as emoções têm o seu papel, se as ignoramos, ou se fingimos que não existem, elas acabam por se mascarar e aparecer com mais intensidade ou doutra forma, vestindo outras roupagens, gerando uma confusão de sentimentos e pensamentos desadaptativos, que acaba por nos deixar perdidos e muitas vezes descontrolados. Se estamos zangados com alguém, mas não tomamos consciência disso, ficamos impedidos de simbolizar, e podemos agir sem pensar e de forma violenta, ou, envergonhar-nos e reprimir o que sentimos. Porque se fala tanto de controlo da Zanga? Porque a zanga quando não é ouvida e/ou consciencializada pode crescer e tornar-se violenta, ela pode ir, desde uma leve irritação até à fúria e pode tomar conta de nós a ponto de ficarmos seus reféns e agirmos a partir dela e não a partir do que ela nos comunica e das decisões que tomamos, conscientes das consequências. Porque a tristeza quando não é ouvida sistematicamente nem atendida no seu direito de vivência, pode surgir vestida de zanga e transformar-se em revolta e em violência. Porque o medo, quando não é autorizado a existir pode dar o braço à vergonha, e aparecerem mascarados de zanga, (como se o medo fosse para os fracos e a zanga para os fortes). Porque a própria zanga, quando é muitas vezes maltratada e calada, também ela se pode esconder por trás duma aparente tristeza e acabar em depressão. O hipercontrolo, a negação ou o constante impedimento de expressão da zanga, pode também levar a comportamentos do tipo passivo-agressivo (evitando o confronto, mas atacando os outros de forma pacífica e sub-reptícia, sem que eles se apercebam do motivo - por exemplo dizendo sempre que sim, mas nunca fazendo) este evitamento constante da zanga pode também transformar-se em cinismo, ressentimento, amargura e hostilidade, trazendo graves problemas ao nível do relacionamento interpessoal e do bem-estar psicológico Que fazer com a minha zanga? Ouvi-la perceber se é zanga, ou outra emoção mascarada de zanga. Se percebermos que ela está mascarada teremos que ter a coragem de a desmascarar e autorizar que as emoções que atrás dela se esconderam, apareçam e sejam vividas. Se for só zanga, olhar para ela de frente, escutá-la, perceber donde vem, o que nos quer transmitir. Assim que a escutarmos verdadeiramente será mais fácil regulá-la e agir com maior liberdade, podendo escolher o rumo da nossa acção, sem estar sob o seu controlo, e, pelo contrário, controlando-a, deixando-a fluir de acordo com a nossa vontade. Ser assertivo, expressando a nossa opinião, vontade, desejo é meio caminho para não termos de ser agressivos. Acalmarmos do ponto de vista fisiológico, respirando fundo, concentrando-nos em nós, e não no outro ou na situação que despoletou a zanga, ajuda a que o coração recupere um ritmo menos agitado e ajuda-nos a recuperar o controlo. Como deixo de ficar zangado? Primeiro, ficando, escutando e sentindo, depois percebendo porque estou, e finalmente agindo de forma responsável e livre, não a partir da zanga, mas do que descobrimos através dela. Pode haver ganhos, perdas, responsabilizações, perdão ou não perdão, mas terá de haver aceitação da situação para que ela deixe de ser perturbadora. Podemos então deixar partir a zanga pois guardámos a informação que ela nos trouxe e agimos de acordo com a nossa escolha. Cristina Marreiros da Cunha - Psicóloga e Psicoterapeuta
A Alienação Parental é uma problemática ainda um pouco desconhecida pela nossa sociedade em geral, mas que aos poucos tem ganho destaque. Esta surge a partir de um forte conflito parental, no qual um dos progenitores adota comportamentos de desvalorização, desacreditação, difamação em relação ao outro progenitor, exercendo desta forma uma manipulação sobre a criança, uma lavagem cerebral acerca do outro progenitor. As principais vítimas da problemática da Alienação Parental acabam por ser as crianças que, não tendo quaisquer responsabilidades sobre o conflito parental, acabam por se verem envolvidas num jogo perverso, onde um dos progenitores deturpa a imagem do outro progenitor, na espectativa de que a criança o deixe de amar em detrimento de um amor exclusivo sobre o progenitor alienador. Nestas situações, as crianças acabam por ser usadas como meio de atingir um dos progenitores. Uma avaliação não cuidada destas situações pode levar a erros gravíssimos. Como por exemplo, aquando de uma avaliação psicológica, o técnico se só tiver em conta a visão do progenitor alienador sem adotar uma atitude crítica face ao que lhe é relatado, poderá resultar em relatórios altamente contaminados que muitas vezes vão parar a tribunal e que comprometem a relação entre a criança e o outro progenitor no futuro; a própria escola quando ouve a versão do progenitor alienador e não adota nenhuma postura crítica acaba por restringir muitas vezes o acesso do outro progenitor à vida escolar da criança e, para além de que a escola poderia constituir-se como mais um facilitador da relação entre a criança alienada e progenitor não alienador. Os progenitores alienadores adotam geralmente discursos que chocam os outros, na tentativa de conseguirem o seu apoio, como por exemplo: queixas de agressões físicas, violações, de que não asseguram as necessidades básicas (alimentação, sono, higiene…) das crianças. Já às crianças, os progenitores alienadores agarram em situações normais de convivência entre as crianças e os outros progenitores para as manipularem, como por exemplo: é dito à criança que se o outro progenitor teve cuidado com a sua higiene íntima foi porque que este lhe fez mal (situação de molestar). Estes discursos irão provocar na criança uma enorme confusão, pois se por um lado não sentiram que foram alvo de qualquer atitude má do progenitor não alienador, por outro temem fazer frente ao progenitor alienador com medo de que possam perder o amor deste. A problemática da Alienação Parental carece ainda de alguma investigação que explique e que nos permita identifica-la facilmente. No entanto, perante uma situação de conflito em casos de separação/ divórcio deve-se sempre adotar uma atitude crítica face às situações expostas, numa tentativa de se perceber em primeiro lugar o que realmente se passa, e por outro lado, poderem-se adotar as medidas necessárias para que se possam proteger as crianças destas situações. Luís Carlos Batista - Psicólogo Porque estás infeliz?
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